Era uma escola da nova Era – um
texto pós moderno
Existem
muitas discussões desde a grécia antiga a respeito de uma modelo
ideal de escola, o modelo de um espaço em que o conhecimento seja "transmitido". Muito se discutiu onde estaria esse conhecimento, e de
que forma seria "transmitido". Estaria o conhecimento na figura do
mestre, que deveria passá-lo de maneira unilateral ao aluno? Qual
tipo de conhecimento é válido ser passado? Agricultura?
Filosofia? Ciências da matemática? Linguística? Aliás, é possivel transmitir conhecimento?
A
humanidade ainda não chegou a respostas absolutas sobre esse tema,
mas as perguntas nos mantiveram caminhando. Hoje em dia (pelo menos
no Brasil), ainda impera (vide escolas públicas) um modelo de
educação onde existe uma sala de aula geralmente retangular, onde
os alunos ficam dispostos em fileiras paralelas (geralmente
4 ou 5 fileiras) posocionando-se um atrás do outro. Esse é o tabuleiro típico
do teatro convencional, ou do cinema, onde assistimos aquilo que nos transmitirá algo (no caso do teatroos atores em presença,
no cinema os atores ou a animação gravada e na sala de aula o
professor). Alguns autores críticos tanto do teatro quanto da educação
entendem essa forma de apresentação como sendo alienante pois
atende a uma lógica de ativo e passivo, outros vão enxergar como só
mais uma dentre outras várias possibilidades.
A
questão é que o conhecimento e suas formas de propagação trazem
possibilidades infinitas, e depois de uma grande revolução
tecnológica no sentido da comunicação de massa, estamos diante de
novos paradigmas dentro da educação, se antes a relação era entre
a disposição de seres humanos no espaço (material e imaterial),
agora temos um novo elemento a nosso dispor: as tecnologias de
transmissão/ comunicação de massa. Hoje em dia um
padre português poderia catequizar um indiozinho tamoio por EAD.
Sócrates poderia ensinar seus fiéis alunos com o auxílio do
powerpoint. Não da pra saber se hoje em dia se aprende mais ou
menos, mas é fato que as possibilidades ampliaram.
Na
disciplina “Oficina de literatura e cultura digital” (que não é
propriamente uma disciplina de licenciatura), fomos orientados em
relação a muitas das novas possibilidades que determinados tipos de
tecnologia trouxeram para o convívio social e para a própria noção
de literatura. No universo das escolas, não é mais uma questão de
gosto se adequar a esses novos materiais, é uma questão
de necessidade, uma vez que aqueles que passarão a frequentas as
escolas daqui pra frente já estão, dentro de suas residências,
acessando e se acostumando a viver de acordo com a utilidade e a
temporalidade desses novos aparelhos (tablets, aplicativos,
smartphones, macbooks) e de tudo que esses aparelhos proporcionam em
relação a interatividade e comunicação instantânea.
Um
desafio para os novos profissionais da área do ensino é utilizar de
maneira eficaz essas tecnologias. Um exemplo disso é a cultura dos
games, que tem um potêncial de imersão e interação imediata muito
grande entre o objeto (jogo) e o sujeito (jogador), sendo
extremamente útil para a apreensão do conteúdo, uma vez que um
dos grandes desafios para os professores é manter a nova geração,
tão acostumada com a dinâmica veloz dos aplicativos e das mídias
sociais, interessada numa aula longa e expositiva. Atividades que
envolvam diferentes áreas sensoriais, motoras e do conhecimento
parecem se tornar cada vez mais necessárias. Atividades que coloquem
os alunos na condição de criadores são muito importantes, para
isso o domínio de faculdades digitais como a produção e edição
de vídeo e de áudio podem ser fundamentais para a interação entre
o aluno, o objeto de conhecimento, o professor e a classe. Aprender colocando a mão na massa.
Falar
isso não significa buscar de forma obsessiva uma saída através do ambiente digital, pois assim como
sabemos da utilidade da tecnologia de nossa época e do futuro,
sabemos também da utilidade dos conhecimentos que nos antecederam.
Evitar olhar para os valores do passado pode ser um perigo que se
corre ao imergir muito em um universo onde as atualizações são via
de regra, vide nossos celulares e computadores que sempre estão atualizando o
monte de coisas, fora o iphone 4, 5, 6, 7.
Talvez
a escola da nova era não seja somente uma imersão completa na
tecnologia, mas uma aliança entre a tecnologia e o contato com a
natureza que não foi construida por seres humanos, mas posso estar
sendo conservador, e o destino seja se desligar do cordão-umbilical
da mãe terra e vagar pelo espaço, não podemos prever, mas a
necessidade de trocar conhecimento (que é essencial para a
sobrevivência) provavelmente permanecerá, e a educação se
reformulará de acordo com essas novas possibilidades.
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